sábado, 2 de outubro de 2010

Aborto é questão de saúde pública e não de religião

Não, não to defendendo o aborto.

Acho que é a maior agressão que uma mulher pode fazer a si mesma.

Mas, sim, cada um é dono de seu corpo - tem e deve sempre ter o direito de decidir sobre seu corpo - e sua decisão sobre isso deve ser respeitada também.

Acredito que é muito pior condenar uma criança inocente a um futuro de miséria e abandono em orfanatos pelo Brasil apenas por que a mãe biológica não teve o direito sobre seu corpo respeitado.

Poucas mulheres que foram vítimas de violência sexual conseguem conviver com o filho que nasceu disso.

E, quando a criança nasce, os casos de abandono são muito altos.

Não estou dizendo que agora todas as mulheres que tenham engravidado por descuido devam abortar seus filhos.

Aborto só se aplica em casos muito especiais - incluindo aí os de violência sexual.

O governo deve sim legislar sobre isso, criar políticas para estimular a adoção de crianças e garantir seu futuro. E deixar que a mulher opte pelo que ela deseja: continuar com uma gravidez ou encerrá-la.

O aborto é um procedimento médico como qualquer outro.

Só não é legalizado e só é realizado em casos bem especiais.

Mas, do ponto de vista da medicina, qualquer procedimento médico a ser realizado em alguma pessoa só pode ser feito com a autorização por escrito do paciente - estando este ciente de todas as possibilidades possíveis.

Quem já enfrentou uma cirurgia, acompanhou uma cirurgia ou tem um parente que passou por isso sabe do que eu falo.

No final, a decisão sobre o aborto deve ser tomada apenas pela mulher. Se ela conseguir conviver com isso, ter consciência do que faz, isso deixa de ser um problema de saúde pública e de religião.

E, não, não estou defendendo o aborto. Estou dizendo sim que a decisão sobre o próprio corpo cabe a cada um.

E não a nenhuma religião. Cristã ou não.

Ao estado cabe legislar sobre a saúde e garantir que haja sua aplicação.

Acredito, sim, que alguns casos de aborto - principalmente os que não tem nenhuma motivação - podem ser evitados e cabe ao Estado garantir um futuro digno a essas crianças.

Seja em orfanatos, escolas, lares de apoio. Seja na adoção.

Então, parem de usar o aborto como bandeira de campanha do canditado penoso.

Ele é quem não pode falar nada sobre o tema.

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