Desde que o processo eleitoral começou, temos visto uma demonstração do quanto a imprensa brasileira confunde as coisas - principalmente liberdade de imprensa x liberdade de expressão x censura x protesto, etc. Tudo, claro, para desqualificar sob todas as formas a candidatura de Dilma Rousseff.
Vimos que a imprensa se posicionou de modo a apoiar o sr. José Serra. Repito, não há nada de errado em se apoiar um candidato. Aliás, como qualquer meio de comunicação está ligado a imagem de seus criadores, é óbvio que eles jamais escapariam disto. O que é ruim é que este apoio ao Serra não foi feito de maneira editorial - mas, sim, de maneira a qualificá-lo como bom e desqualificar Dilma no melhor estilo parcial da imprensa.
Coube, então, aos blogs fazer o outro lado da história que a velha imprensa recusou-se a fazer. E, com isso, vimos que o discurso de liberdade de imprensa está de volta ao debate.
A bola da vez é a forma como todos tem se comportado com Dilma após as eleições.
De puxa-saquismo até brincadeiras de mal gosto - passando pela xenofobia nas redes sociais - tudo tem sido usado para deslegitimar o que foi legítimo e democraticamente escolhido pela maioria da população.
O que me espanta, no entanto, é a atitude hipócrita da mídia em seu mais alto posto de 4o. poder (que se acha, por sinal) de fugir de todos os conceitos de ética e conduta que se exige dos profissionais de comunicação e dos profissionais do jornalismo.
Como graduado na área - e, Graças a Deus, sem nunca ter exercido nada em jornalismo e sem nenhum plano de fazê-lo - me senti horrorizado e com o diploma e todas as teorias completamente rasgadas e deixadas de lado.
Antes até fui contra os conselhos de comunicação social - mas hoje, entretanto, sou favorável. Não é possível que não haja uma forma de controlar a ética e a conduta dos meios de comunicação que pensam que podem tudo (inclusive, mentir descaradamente) e, com isso, criando uma falsa visão da realidade.
Conselhos de Comunicação Social nada mais são do que órgãos de classe que prezam pela ética e conduta nas ações dos profissionais da área. É a mesma coisa que acontece com outras profissões, por exemplo, Engenheiros, Médicos, Advogados. Seus conselhos de classe não lhes censuram. E muito menos o de comunicação social.
Neste momento faz-se necessário a criação de meios de comunicação que se contrapõe à velha imprensa; que a própria velha imprensa reveja seus conceitos sobre ética, conduta e, principalmente, de imparcialidade.
O processo eleitoral serviu para mostrar o querem e o que pensam estes meios de comunicação. E que, definitivamente, os cursos de comunicação, as teorias, etc, são segundo plano quando o que está em jogo são os interesses próprios.
Se outras profissões são assim e qualquer erro é punido, porque os jornalistas e a imprensa em geral pensa que é intocável?
Isto sim precisa mudar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
A legislação brasileira prevê a possibilidade de se responsabilizar o blogueiro pelo conteúdo do blog, inclusive quanto a comentários; portanto, o blog reserva o direito de não publicar ..........COMENTÁRIOS ANÔNIMOS....... comentários que firam a lei, a ética ou quaisquer outros princípios da boa convivência. Não serão aceitos comentários que envolvam crimes de calúnia, ofensa, falsidade ideológica. Comentários sobre assuntos que não são tratados aqui também poderão ser suprimidos. Este é um espaço público e coletivo e merece ser mantido limpo para o bem-estar de todos nós.